Uma mulher foi detida pelas autoridades espanholas, esta sexta-feira, acusada de ter fugido com o filho, há cerca de dois anos, depois de ter perdido a custódia do menino. María Sevilla desapareceu durante cerca dois anos com a criança, até ser descoberta numa pequena localidade de Tarancón, em Espanha.
Quando a polícia encontrou a mulher e o filho, agora com 11 anos, descreveram o estado da criança como se de um animal se tratasse - sem escolaridade, com dificuldades em falar e escrever.
Segundo o jornal
El Mundo, a mãe é presidente da associação Infancia Libre. María Sevilla foi detida e acusada de rapto de menores, mas já se encontra em liberdade.
A mulher tinha perdido a custódia do filho, mas recusou-se a entregar o menino ao pai. María raptou a criança e andou a viajar durante anos por vários zonas de Espanha, desde Andaluzia, Levante e País Basco. Foi há cerca de três meses que a Polícia Nacional Espanhola encontrou a mulher em Villar de Cañas, em Tarancón, a viver numa habitação com outros familiares.
María Sevilla foi encontrada numa quinta, com cerca de seis mil metros quadrados. Para chegar ao local a polícia perseguiu José António, o atual companheiro de María.
O cenário encontrado pelas autoridades era "degradante". Na habitação, além do filho e do companheiro da suspeita, vivia a filha de ambos. A menina quando viu as autoridades não falou, dirigiu-se a eles e cheirou-os como se um animal fosse.
Quando os agentes retiraram o menor à mãe, esta entregou-lhe uma Bíblia. "Quando for grande, quero ser o chefe de todos os pastores evangélicos do mundo. O papá é o diabo", terá dito o menino quando deixado sozinho com a polícia.
Ao jornal espanhol, o pai do menino avançou que o culto e fanatismo religioso fazia parte da vida de María. "Ela entrou em contacto com este mundo quando ainda estávamos juntos. Eu vivi-o em primeira mão. Quando estávamos em processo de separação e o menino não tinha mais de dois anos e meio, ela começou a frequentar um acupuntor que a introduziu num culto evangélico", contou Rafael.
De acordo com o homem, foi em reuniões de culto que encontrou o atual companheiro, com quem María Sevilla manteve as crianças presas em casa, sem ir ao médico ou à escola. A quinta estava tapada com uma lona preta e o único contacto com o exterior era restrito a 20 minutos.