Morreu, na passada quinta-feira, aos 60 anos, Luciano Barbosa, o carismático vocalista da banda Repórter Estrábico, cuja morte só agora foi conhecida.
O músico, de nome verdadeiro Gonçalo Vaz, nasceu em Londres mas foi quando se fixou no Porto que começou a dar nas vistas no mundo da música. Em 1985, ajudou a fundar os Repórter Estrábico, um grupo que tinha como projeto praticar um "techno pop irónico".
Ao longo dos anos, muitos foram os nomes que entraram e saíram da banda, mas Luciano Barbosa manteve-se como a figura tutelar do agrupamento, que desde o primeiro instante se destacou pelas letras cheias de humor e de sátira política e social.
O lado visual da banda também era específico: quem assistiu a um concerto dos Repórter Estrábico não esquece a postura em palco, que tantas vezes lembrava os Clash ou os Kraftwerk – duas bandas que nitidamente os influenciaram.
Apesar dos altos e baixos na carreira (o projeto teve alguns interregnos), o percurso do grupo acabou por ser tão discreto quanto coerente. As cerimónias fúnebres de Luciano Barbosa tiveram lugar no domingo de manhã, mas as causas da morte do músico portuense não foram reveladas.
PORMENORESSeis discos editadosO projeto Repórter Estrábico lançou seis discos no mercado: o primeiro, ‘Uno Dos’, em 1991, seis anos após a fundação da banda; o último, ‘Eurovisão’, data de 2004. Pelo meio foram saindo ‘Bigo’, ‘Disco de Prata’, ‘Mouse Music’ e o EP ‘Requiem’.
O segredo é nunca pararQuando os Repórter Estrábico voltaram a tocar, em 2017, depois de dez anos de afastamento dos palcos, Luciano Barbosa afirmou, em entrevista à rádio Antena 3, que "o processo criativo nunca pára". "Continuo sempre a imaginar letras, a juntar frases melódicas..."