A juíza substituta Caroline Figueiredo, do Rio de Janeiro, autorizou no final desta quinta-feira que o ex-presidente brasileiro Michel Temer e o seu amigo e considerado testa de ferro João Batista Lima Filho, conhecido como coronel Lima, fiquem presos em São Paulo, onde ambos vivem.
Temer e o coronel Lima apresentaram-se no final da tarde na sede da Polícia Federal em São Paulo, depois de a prisão preventiva de ambos ter sido decretada.
O processo que levou à prisão de ambos, sob a acusação de desvios de verbas da Central Nuclear de Angra III, em Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro, aconteceu nesta última cidade.
Mas os advogados de ambos pediram à juíza que Temer e Lima permaneçam presos em São Paulo para ficarem mais perto das suas famílias, e a magistrada aceitou o pedido depois de consultar a instância superior, o Tribunal Regional Federal da 2. Região, TRF-2, também no Rio de Janeiro.
Também por decisão da juíza, que substitui durante as férias o magistrado que comanda o processo, Marcelo Bretas, responsável pelos processos da operação anti-corrupção Lava Jato no Rio, o ex-presidente deve ficar à guarda da própria Polícia Federal a que se apresentou.
Já o coronel Lima ficará à guarda da Polícia Militar, onde fez toda a sua carreira, e deve ser muito provavelmente enviado para a prisão especial da corporação na capital paulista.
Temer e Lima já tinham sido presos no âmbito deste processo no dia 21 de março em São Paulo e levados para o Rio de Janeiro, onde ficaram presos cinco dias. Foram libertados por um habeas corpus, mas o Ministério Público recorreu dessa soltura e o TRF-2 decretou a prisão preventiva de ambos e determinou à juíza Caroline Figueiredo que estipulasse as regras para essas prisões.