Um dia depois de discursar na TV ladeado por um grupo de generais, para garantir que ‘o golpe de Estado’ foi derrotado, o presidente Nicolás Maduro quis sublinhar que tem o apoio inequívoco das Forças Armadas e desfilou esta quinta-feira pelas ruas de Caracas na companhia de cerca de 4500 militares.
A marcha aconteceu enquanto a oposição encenava novos protestos contra o regime que, como nos dias anteriores, foram reprimidos com violência.
"Sim, estamos num combate e é preciso manter o moral elevado para desarmar qualquer traidor, qualquer golpista", afirmou Maduro ante os militares, uma vez mais falando para todo o país num ato transmitido pela TV estatal.
Enquanto Maduro endereçava esse novo sinal de força à oposição, milhares de manifestantes foram atacados pelas forças da ordem em Caracas e dezenas de outras cidades.
A repressão custou a vida a pelo menos dois adolescentes, de 14 e 16 anos, o que eleva a quatro os mortos na nova vaga de contestação iniciada com o levantamento civil de terça-feira.
A Espanha confirmou, entretanto, que o opositor Leopoldo López está refugiado na embaixada espanhola em Caracas e aí permanecerá até a situação acalmar. A mulher de López revelou esta quinta-feira que a casa do casal foi saqueada por homens ligados ao regime.
Costa quer proteger comunidade lusa
O primeiro-ministro, António Costa, assegurou que o Governo está pronto para tomar as medidas necessárias para proteger a comunidade portuguesa e fez votos para que haja "uma transição pacífica" de poder na Venezuela.
Blackwater prepara força de mercenários
O antigo fuzileiro Erik Prince, fundador da firma de segurança privada Blackwater, que esteve envolvida em massacres no Iraque, quer reunir uma força de mercenários para ajudar o líder opositor Juan Guaidó a derrubar Maduro.
Desde há meses, Prince defende a criação de um exército privado de 5000 mil efetivos junto da administração Trump e tenta obter financiamento de exilados venezuelanos e de apoiantes do presidente.
PORMENORES
Trump condena regime
O presidente dos EUA alertou que "a repressão brutal" contra o povo venezuelano "deve terminar" de imediato.
Reunião entre Rússia e EUA
O chefe da diplomacia da Rússia, Sergei Lavrov, vai reunir-se na próxima semana com o homólogo dos EUA, Mike Pompeo, para debater a situação na Venezuela, país que conta com o apoio do Kremlin.