As sete pessoas desalojadas pelo incêndio de Monchique que assinaram esta quinta-feira contratos de apoio ao arrendamento temporário e de longo prazo com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), só vão receber uma parte do valor da renda das casas que vão ter de pagar. Os moradores receberam esta quinta-feira o primeiro valor que lhes foi destinado em cheque.
Os sete contratos, no montante global de 26 434 euros, são os primeiros formalizados no âmbito do programa de apoio ao alojamento urgente ‘Porta de Entrada’, destinando-se a verba ao apoio de quatro casos de arrendamento temporário e três de cinco anos. João Furtado foi um dos moradores que assinou um contrato para arrendamento de uma habitação permanente com a duração de cinco anos. Vai pagar uma renda de 300 euros mas o IHRU só financiará 134 euros.
"Numa reunião na câmara, dia 21 de janeiro, fui informado que iria ser apoiado na renda com cerca de 275 euros. Fiquei chocado com quem redigiu este contrato, porque teve mais de seis meses para fazê-lo bem. Ou é um erro grave ou o IHRU mudou as regras sem avisar", lamentou ao
CM João Furtado. Este artesão de 62 anos explicou que falou com o representante do IHRU e que o mesmo explicou que "não podia fazer nada" e limitava-se a "assinar um cheque com os valores que lhe foram ditos".
O
CM tentou contactar o IHRU, mas sem sucesso. Questionado pelo
CM, o presidente da Câmara de Monchique, Rui André, admite que nos casos dos contratos de apoio ao arrendamento "não é correto" que algumas pessoas não tenham o apoio completo devido aos cálculos, garantindo que a autarquia vai "fazer diligências" para tentar alterar a situação.