Ana Gomes visitou Rui Pinto na prisão, esta quarta-feira, e entregou ao pirata o prémio europeu para denunciantes promovido pela Esquerda Unitária Europeia (GUE/NGL) que o português venceu este mês. A eurodeputada e o hacker tiveram uma conversa "muito interessante", revelou.

O momento foi fotografado por um guarda prisional do estabelecimento prisional da PJ, em Lisboa, onde o gaiense de 30 anos se encontra. 

"A Guarda do estabelecimento prisional da PJ foi muito eficaz e simpática: até assegurou e me enviou este registo fotográfico (tive obviamente de deixar meu telefone na porta)", escreveu Ana Gomes no Twitter.

A Guarda do estabelecimento prisional da PJ foi muito eficaz e simpática: até assegurou e me enviou este registo fotográfico (tive obviamente de deixar meu telefone na porta). #FreeRuiPinto pic.twitter.com/7nWJkad2jS

— Ana Gomes, MEP (@AnaGomesMEP) 24 de abril de 2019

Acabei de sair de PJ onde fui visitar @RuiPinto_FL. Muito interessante conversa sobre #footballleaks e ñ só, além de permitir entregar-lhe prémio como "whistleblower" que lhe foi atribuido por @GUE_NGL no #PE, que Antoine Deltour de #Luxleaks me pediu lhe fizesse chegar.

— Ana Gomes, MEP (@AnaGomesMEP) 24 de abril de 2019

Através da plataforma eletrónica Football Leaks, o pirata informático Rui Pinto começou a divulgar, em 2015, milhares de documentos confidenciais de contratos e transferências do mundo do futebol.

Os vencedores do prémio agora entregue ao hacker foram anunciados pelo GUE/NGL durante a sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorre em Estrasburgo, França, e incluem também o fundador da organização Wikileaks, Julian Assange, que foi detido pela polícia britânica em Londres, e Yasmine Motarjemi, denunciante dos lapsos de segurança alimentar da Nestlé.

O prémio "Jornalistas, denunciantes e defensores do direito à informação", que vai na sua segunda edição, premeia anualmente pessoas que divulgaram casos como corrupção ou evasão fiscal.

Rui Pinto, atualmente com 30 anos, foi entregue pelas autoridades húngaras à justiça portuguesa em março deste ano e encontra-se em prisão preventiva no âmbito de um inquérito titulado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, no qual o arguido está indiciado por seis crimes relacionados com acessos aos sistemas informáticos do Sporting e da Doyen Sports e com uma alegada tentativa de extorsão a este fundo de investimento.