Foi a filha mais velha de Sónia Ribeiro quem encontrou a mãe, morta, em casa, ao chegar da escola, pelas 11h30 desta quinta-feira. A jovem, de 16 anos, ainda pediu ajuda a vizinhos e comerciantes da rua de Montemor-o-Novo, em Vila Real de Santo António, mas já nada havia a fazer pela mulher, de 37 anos.
O cadáver apresentava pequenas perfurações, em torno do peito, e uma maior, próxima do coração. Mas as autoridades acreditam que Sónia Ribeiro foi morta por estrangulamento.
As suspeitas dirigiram-se de imediato para José Santos, um ex-namorado da mulher que, segundo um irmão da vítima, a ameaçava com regularidade. "Vinha aqui todos os dias. Dizia que a ia matar", explicou o familiar.
As autoridades também acreditam que José Santos é o principal suspeito do crime. O homem acabou por chamar a GNR, depois dos familiares de Sónia o terem tentado agredir.
Já na GNR confirmou o relacionamento com Sónia, mas garantiu que não tinha estado com ela nessa manhã. Alegou que tinha ido ver uma obra (trabalha em construção civil), depois esteve a meter gasolina no carro e diz até que foi mandado parar numa operação Stop, pelas 10h00.
As explicações, no entanto, não convenceram as autoridades e José Santos, conhecido como ‘Tarara’, foi levado para as instalações da PJ, em Faro, onde foi ouvido durante largas horas.
Segundo testemunhas, a mulher saiu de casa de manhã , pelas 07h30, para levar os filhos à escola (além da adolescente, tinha ainda um menino, mais novo, ambos fruto de uma relação anterior). Terá depois regressado a casa e nunca mais voltou a ser vista. Foi encontrada morta, pela filha.
A PJ esteve ao longo da tarde a fazer peritagens no local do crime, com o corpo a ser retirado já depois das 18h00.
Redes sociais de vítima e homicida vistas à lupa
O relacionamento de Bárbara Varella Cid com o colega que a matou a tiro no Taguspark, terça-feira, está a ser analisado pela PJ, com o objetivo de perceber o que levou Ricardo Nunes a cometer o crime.
Colegas do homicida negam que Bárbara fosse perseguida por Ricardo Nunes e apontam os ‘likes’ deixados pela vítima em fotos divulgadas pelo próprio na rede social Facebook nos últimos meses.
Ricardo continua internado, em coma induzido, no Hospital de Santa Maria.
Violência doméstica leva a 12 homicídios desde janeiro
Desde o início deste ano já morreram 12 mulheres em contexto de violência doméstica – assassinadas por maridos, companheiros, namorados ou familiares diretos.
Entre estes casos estão as mortes de avó e neta no Seixal, mortas por Pedro Henriques, que não aceitava a separação da mulher. Fora desta contabilidade estão as mortes de Bárbara Varella Cid e de uma prostituta em Santarém.
PORMENORES Corpo sujeito a autópsiaO cadáver de Sónia foi levado para o Gabinete Médico-Legal de Faro para ser sujeito a autópsia, de forma a que seja determinada a causa da morte.
Pai da menina desmaiaDepois de saber que a mãe estava morta, a filha que a encontrou ligou ao pai, que está emigrado em França. Ao saber a notícia, o homem desmaiou.
Família procurou vingançaOs familiares de Sónia foram a Monte Gordo à procura de José Santos para se vingarem. Acabaram por lhe danificar o carro e tentaram agredi-lo.