Vim passar a Páscoa com o meu irmão, mas ainda a festa não tinha começado e aconteceu a tragédia." Glória Ramada estava este domingo inconsolável após ter visto o irmão Guilherme ser atingido pelo fogo preso que preparava para ser lançado à saída das Cruzes, no domingo de Páscoa, em Covelo do Gerês, Montalegre.
O corpo do homem, de 69 anos, ficou irreconhecível. Foi transportado para o Gabinete Médico-Legal de Chaves para ser autopsiado.
"Foi uma vítima da explosão de um engenho pirotécnico e não houve, face às circunstâncias, a possibilidade de efetuar qualquer tipo de trabalho de suporte de vida, pelo que a nossa ação limitou-se em balizar o local e dar algum apoio", explicou ao
CM o comandante dos Bombeiros de Salto, Hernâni Carvalho.
"Houve familiares que presenciaram o acidente e, por isso, esteve no local uma equipa de psicólogos do INEM, vindos do Porto, que prestaram algum auxílio à família", acrescentou.
Guilherme Ramada vivia na rua do Torrão d’Além e tinha por hábito lançar fogo de artifício em todas as festividades. "Era um homem bestial e fantástico. Ele adorava as festas e era o ‘tipo mais porreiro’ desta aldeia. Acho que já não volto cá na Páscoa. Vai ser sempre um dia relembrado com muita mágoa", referiu António Dias, cunhado da vítima mortal.
Glória Ramada não conseguia conter as lágrimas. "Estava na varanda a falar com uns primos e ele estava a preparar o fogo. Só ouvi o estouro e, quando olhei, já não havia nada a fazer", afirmou. A GNR foi ao local e investiga.