Os peritos do Observatório Técnico Independente que estão a analisar os incêndios florestais e rurais estiveram esta quarta-feira no local exato onde começou o incêndio que devastou a serra de Monchique e atingiu ainda os concelhos de Silves, Portimão e Odemira, em agosto de 2018.
Guiados pelo segundo comandante dos Bombeiros de Monchique, António Águas, e pelo autarca Rui André, em viaturas todo-o-terreno, os especialistas desceram até à Perna da Negra e viram com os próprios olhos onde começou um pequeno incêndio e como se transformou numa tragédia, no meio de vales profundos.
"Falar com as pessoas que estiveram envolvidas diretamente no combate ao incêndio e ir ao terreno é fundamental para se perceber o que realmente aconteceu", referiu ao
CM Francisco Castro Rego, presidente do Observatório Técnico Independente.
"Porque é que está sinalizado o início do incêndio aqui?", questionou o investigador Xavier Viegas, enquanto observava uma linha elétrica de média tensão que passa por cima de um eucaliptal.
Os peritos admitem que a linha elétrica "é uma hipótese" que está a ser analisada como possível causa mas ainda não há conclusões.
A encosta onde o fogo evoluiu é composta essencialmente por eucaliptos. Os peritos alertam para a necessidade de criar "uma floresta mais diversa e evitar a monocultura".
O autarca Rui André entende que "o eucalipto pode continuar a fazer parte do futuro do concelho desde que seja ordenado".