Portugal permanece sob efeito da seca apesar da chuva registada na primeira quinzena de abril. Para o fim de semana da Páscoa a previsão é de aguaceiros, mas não serão suficientes para repor o nível médio de água nos solos.
Segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, entre 1 e 15 de abril, a quantidade de precipitação que caiu de norte a sul ficou muito aquém das médias para a época.
Nas 18 capitais de distrito, apenas Coimbra e Braga conseguiram ultrapassar o respetivo valor médio de precipitação em abril.
Os efeitos da seca são já sentidos de Trás-os-Montes ao Algarve. O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, referiu que no setor da agricultura "os casos mais agudos estão sobretudo na Bacia do Sado".
"Já sabemos que, a não ser que chova muito nos próximos dias, não vamos conseguir proceder à rega para o arroz a 100 por cento", avisou o governante.
O presidente da Associação de Criadores de Ovinos de Raça Churra Mirandesa (Miranda do Douro), Tiago Sanches da Gama, afirmou que "para sustentar o efetivo de animais, a alternativa passa por captar água no rio Douro".
"Só na minha exploração, com 300 cabeças de ovinos de uma raça tida como autóctone, como é o caso da Churra Galega Mirandesa, tive de abrir oito charcas", acrescentou.
Necessário que chova o dobro
Para terminar a seca seria necessário chover em abril o dobro do habitual neste mês. Uma realidade que não se verifica.
O máximo atingido é de 125% no Alto Minho, revela o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. A média nacional atinge os 75% do habitual nos primeiros 15 dias.
Oito barragens abaixo dos 40% no volume de água
O volume de água armazenada nas barragens estava, a 11 de abril, abaixo das médias de armazenamento desse mês.
"Das 58 albufeiras monitorizadas, 13 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 8 têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total", pode ler-se no boletim do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos.